“COMUNHÃO
NA PALAVRA com Dom Sebastião bandeira Bispo da Diocese de Coroatá”, nº 252- novembro de 2018.
“NOVO
MILÊNIO”
“Jesus
Cristo, o Senhor dos reis do mundo... fez de nós um reino, sacerdotes de Deus
Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos, amém” Ap 1,6
O tempo
passa rápido. Logo mais, na Festa de Cristo Rei, estaremos concluindo o Ano
Nacional do Laicato, importante ocasião para refletir sobre a atuação dos
cristãos dentro e fora da Igreja e em nosso país. Depois de termos vivido,
estas eleições, em que foi eleito para presidente do Brasil, o Jair Bolsonaro,
usando como pauta de sua campanha, a defesa da família, da ética na política e
da religião cristã e ao mesmo tempo apresentando propostas contrárias aos
valores do evangelho, incentiva-nos cada vez mais a nos preocupar sobre o que e
o como estamos formando nossas lideranças, para influenciar no mundo. Em nossa
Diocese, durante o curso de formação de agentes, queremos apresentar o novo
Conselho dos Leigos que ajudará na organização e formação dos mesmos, nestes
próximos, quatro anos.
A grande
paixão de Jesus foi anunciar e instaurar o Reino de seu Pai sobre a
terra. O Reino é uma categoria religiosa para expressar uma forma de
organizar o mundo, onde os homens vivem a economia, a política, as suas
relações familiares e com a natureza, baseando-se nos valores da fraternidade,
da justiça, da liberdade do cuidado e da paz. É a concretização da “cidade de
Deus” que já nos falava Santo Agostinho, ou experimentar o paraíso, anunciado
no início das Sagradas Escrituras. Esta realidade será sempre uma meta, a ser
alcançada com a participação de Deus e do ser humano, mesmo que em alguns
momentos e circunstâncias apareçam mais fatos que são contra o Reino. Cabe ao
cristão, iluminado pela fé, discernir, os sinais dos tempos e agir de maneira
eficaz, sem perder a esperança para que este projeto do Pai aconteça, aqui e
agora, mas sabendo que o ainda não faz parte do processo. Por isso, devemos
sempre tomar cuidado, para evitar radicalismo, desânimo diante dos resultados
alcançados, e principalmente se deixar levar pela lógica do mundo, evitando o
que o Papa Francisco chama de “corrupção espiritual”, “trata-se de uma cegueira
cômoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito: o engano, a
calúnia, o egoísmo e muitas formas de autorreferencialidade”. Não permita
que roubem os seus sonhos e nem se deixe derrotar por aqueles que fazem o mal.
Urge,
neste momento, ter uma atitude de discernimento, para percebermos nos fatos se
é vinho novo, que vem de Deus, ou uma novidade enganadora do espírito do mundo,
que quer sempre se opor e destruir aquilo que é para o bem dos filhos de Deus.
“Examinai tudo e guardai o que for bom” (Ts 5,21). Quais passos que devemos dar
para formar as pessoas, afim de que elas tenham a capacidade de discernir,
especialmente nos momentos difíceis de sua vida e da sociedade? Peçamos ao
Espírito Santo que nos ajude a desenvolver esta capacidade espiritual: o dom do
discernimento. Um grande abraço do seu sempre amigo,
D. Sebastião Bandeira.

